Por Francisvaldo Mendes de Souza *

Após a boa receptividade do lançamento dessa revista, – publicação que será uma referência no debate e fomento de uma nova forma de ver a relação capital e trabalho – , seguiremos firmes da publicação das próximas edições a fim de sedimentar uma nova visão sobre as relações sociais, rompendo os paradigmas da mentalidade de exploração que o sistema nos impõe diariamente.

Nessa segunda edição, os temas são essenciais para o aprofundamento da nossa percepção de construção de algo novo na engrenagem da produção, circulação, distribuição e consumo de bens e serviços. Na abertura Egeu Esteves e Cris Fernández trazem uma conceituação de Economia Solidária antissistêmica, fugindo das falácias da precarização e do empreendedorismo. 

Na segunda seção, uma discussão essencial para a esquerda: Sandra Rufino mostra que é preciso ir além do paradigma do “desenvolvimento das forças produtivas” para nos perguntarmos que tipo de tecnologia está por trás delas, assim defendendo a tecnologia social e a tecnociência solidária como tecnologias dos trabalhadores.

João Canuto, na terceira parte da revista, mostra que as agroflorestas são economicamente viáveis, sendo assim possível reorganizar a natureza de forma produtiva e para além da ecologia capitalista. 

A experiência concreta, ou seja, quem coloca a “mão na massa” nessa edição é Afonso Homma trazendo a experiência da COOPCENT, profunda iniciativa autogestionária dos trabalhadores da reciclagem. Assim, fechando a nossa revista que agora tem duas publicações de idade, temos a Giro Sustentável, coletivo de entregadores que aponta caminhos para a boa vida em comunidade em meio a precarização dos aplicativos e dos atravessadores do delivery.

Todos e todas que lutam por uma sociedade mais justa e igualitária sabem quão importantes são as experiências e a vontade de transformação daqueles que militam pela transformação das relações desumanas do sistema capitalista. O fortalecimento de tais experiências é, não somente possível, mas também necessário e urgente. Cada pequena contribuição é importante para o espraiamento de novas atitudes!

* Francisvaldo Mendes de Souza é Presidente Fundação Lauro Campos e Marielle Franco (FLCMF)